terça-feira, dezembro 26

Merry X-mas

Caros leitores deste húmilde blog,

peço mil e uma desculpas pela escassez de palavras caramelizadas que se tem vindo a sentir neste quase mês que se passou.
A verdade é que a vida nem sempre nos pode sorrir, nem sempre nós a podemos fitar nos olhos e dar-lhe um valente pontapé (o quê? já pensavam que eu ía dizer 'uma valente apalpadela no rabo', ? aaiii). Eu sei, eu sei, estou a ser super lamechas, por isso, e embora que com um enorme discurso previamente preparado, abandono-o de imediato e passo já para o assunto seguinte, pois as coisas más da vida devem ser passadas como uma estrela cadente: quase nunca se vêem e mesmo quando isso acontece passam tão rápido que se pestanejarmos não damos por elas, pronto já me calei!
Já agora, queixo-me aqui desde já (embora não me parece que vá alterar alguma coisa), mas a net aqui por casa, tem também rareado, falhado, se não há, não há, se há é lenta e bloqueia.. é um desgosto.

Já estava na altura de um quente, doce e estaladiço post, por isso aqui vai ele.

E então nestes últimos tempos que têm acontecido coisas tão fora do comum.
Para começar, a professora de Português, sempre uma mulher tão chic, que conhece tanta obra, é tao culta, tão educada, tão recta, ensinou aos seus alunos dos quais eu própria fazia parte, que não devemos dizer a palavra "chato" (cujo ensinamento eu já sabia) porque os chatos são os 'piolhos da pélvis humana'. Só a classe com que a senhora dizia isto até pareceu uma coisa bonita e agradável, sensação que passa poucos segundos depois (a quem se dá ao trabalho de pensar) e se torna numa arrepiante e nojenta sensação.
Mais nojento ainda, foram duas experiências que eu e a minha irmã vivemos em tão curta distância de tempo, coisa de dias, coisa que nunca nos tinha acontecido. Sem querer demos de caras com dois belos rabos (na verdade parte deles, graças a deus!) de dois homens gordos e por sinal muito peludos. E não, não foi nenhum electricista que veio cá a casa. O primeiro era um funcionário de uma grande rede de hipermercados, que, descansadinho da vida tratava de arrumar as carnes, e coitadito se esticava, esticava e qualquer um podia dar de caras com aquele deplorável cenário. O segundo, agachado, arranjava a porta de uma loja que eu por acaso visitei, quando procurava um casaco pelo qual a minha mãe se tinha apaixonado. E no final, o casaco tinha afinal esgotado.
Mais coisas para relatar: é verdade! foi natal e estou de férias (hurra!!!). Ohhh, Natal, essa época tão cheia que nos deixa tão vazios, que maravilha. Os centros comerciais enchem, por todo o lado se ouve músicas de natal, aparecem anúncios relacionados com o natal, pelo menos o da Coca-Cola, o Goucha aparece muito mais vezes na televisão do que as que são costume e necessárias, faz-se publicidade aos hospitais com os Natais dos Hospitais, os chocolates aparecem cá em casa depois de 11 meses de férias, de manhã passa circo (nunca percebi bem a ligação, se no circo praticamente só se vê chineses e os chineses não festejam o natal), as pessoas saúdam-se com um 'Boas Festas', aparecem as iluminações de natal pelas ruas e em casa está o presépio, a típica árvore e mais alguns adereços espalhados por aqui e por ali. Aos presépios situados na baixa da cidade ou é raptado o menino Jesus, ou então é-lhe ateado o fogo, como o que se passou por cá com o presépio de palha que por acaso já enfadava. As pessoas compram, compram, compram e compram e ainda dizem que estamos em crise. Aparece a Leopoldina com o mundo encantado dos brinquedos, este ano até vem com o seu amigo, a Tartaruga Bebé, fazem-se muitas campanhas de ajuda humanitária, a familia reúne-se, mesmo não gostando de bacalhau lá temos de levar com ele, pergunto-me o que comerão os vegetarianos na véspera e no dia de Natal, vê-se filmes de natal muito antigos e que já todos conhecem mas que na verdade sabem sempre bem, come-se sempre mais do que a conta, nas revistas cor-de-rosa mostra-se como as tias passam o natal e os noticiários mostram sempre imensos centros comerciais, baixas das cidades e pessoas que se queixam ou que tentam despachar o fútil do jornalista. É assim o natal, cheio de pequenas coisas doces e amargas.

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