sexta-feira, março 9

Porque gaja que é gaja...

Comemora com mais umas tantas gajas o Dia Internacional da Mulher. E chega sempre atrasada seja para o que for. Porque ser Mulher tem muita coisa que se lhe diga: tem alegrias, vantagens, tristezas, amarguras, desgostos, ternuras, dúvidas e por ai fora, vou só enumerar algumas das particularidades deste ser humano do sexo feminino, extraordinário, mágnifico, belo, esplendoroso, bestial, extravagante, escepcional, especial, deslumbrante, resplandecente, sedutor...

a mulher:
#usa maquilhagem sempre e como lhe apetecer;
#toma banhos de espuma que nunca mais acabam;
#passa horas em lojas de roupa;
#lê revistas de fofocas e sabe cuscuvilhar a vida dos outros;
#é lamechas;
#usa malas que sejam autênticas barafundas;
#usa decotes;
#irrita-se facilmente pelo menos umas vez por mês;
#vê filmes românticos e no final chora feita uma Madalena Arrependida;
#usa sapaltos de saltos altos que magoam;
#de vez em quando comete uma loucura;
#pode ir pelo menos uma vez por semana ao cabeleireiro;
#tem uma noite dedicada a si mesma (vivam as ladys night!);
#tem um canal dedicado a si mesma( SIC Mulher);
#pode apreciar e comentar tanto os homens como as mulheres sem ser julgada lésbica;

pode ser feliz à sua maneira. É mulher e basta. Não é uma coincidência, um fenómeno genético, ser mulher é um dom.

quarta-feira, fevereiro 14

C'est l'amour

"Sinto o amor no ar... Eu também estou a sentir..." cantam Marco Horácio e Eduardo Madeira todos os dias pela fresquinha. Mas hoje, não há indivíduo que possa dizer que não se sente um tanto ou quanto afeiçoado à expressão.
Nem que seja pelas cartas e belhetinhos encharcados de perfume, as caixas de chocolate em formas de coração, os ursinhos de peluche, os porta-chaves ou os pendentes que se ligam por duas partes formando um coração, as rosas vermelhas que dão sempre aquele toque. Os típicos presentes, os chamados clichés.
Mas há ainda neste dia hotéis com as suites pormenorizadamente preparadas para a ocasião (e uma noite de grande rambóia), os restaurantes especializados em menus bastante exóticos, ou ainda aquelas prendas que nem todos podem receber, nem todos os dias, nem em qualquer ocasião.
Neste dia, vê-se também algo curioso e claro, de grande valor cientifico: Manuel de Luís Goucha armando-se em velha casamenteira ofertando umas pobres criaturas de Deus a quem as queira como suas caras-metade. É mesmo o estilo "Venha freguês, venha! Olha o camionista e a mulher do peixe com um desconto de 30%, é de aproveitar! Escolha á vontade. É pró menino e prá menina!"

Agora, deixando estes devaneios de lado, meus senhores e minhas senhoras, façam o favor de ser felizes, ofereçam algo de realmente valor à vossa cara-metade, algo sem preço, e se não a tiverem, os amigos são sempre algo, por vezes de mais valor que, e mesmo, a cara-metade.

Diário de uma Secundarista

Já cá faltava!

Com 37 pontos em 40, no teste de Língua Portuguesa, no qual era pedido uma recordação marcante da infância, redigi, vou passar a citar. Logo, atentem:


"Sempre fui uma medricas. No escuro via coisas que mais ninguém via, ouvia sons demasiado misteriosos para serem banais ou sem maldade. Mas este episódio que vou contar deixou-me mesmo apavorada, e desengane-se quem pensar que daqui por diante está uma grande história cheia de suspense e terror. Simplesmente assustei-me com a informação. Graças a Deus, na altura não via nem compreendia as notícias medonhas que todos os dias nos 'entram' em nossa casa.
Era eu bem pequena, não faço ideia da minha idade na altura mas para uma ideia mais clara, estava ainda, e estive, no infantário. Eu e os outros miúdos víamos um filme que demonstrava a importância do cuidadoda higiene oral. Evidenciava também as consequências do excesso de doces e da escassez da pasta e da escova de dentes. Eu estava apavorada, chorava, gemia, esperneava. Todas as outras pessoas à minha volta olhavam para mim assustadas e suspeitando de um caso psicopático. Mas eu continuava: bracejo para cá, pontapé para lá. E se aquilo me acontecesse? Não é que eu tivesse culpas no cartório, mas já conhecia tantos casos de dor de dentes e dentes podres de outras pessoas, que o medo instalou-se dentro de mim. Ainda hoje, e mesmo esquecida como sou, algumas imagens e sons do filme permanecem na minha memória. Era um filme de imagem real e mostrava um rapaz, que, de tantos doces comer, tinha apanhado uma valente dor de dentes. Enquanto a boca do rapaz fazia o fundo do televisor situado bastante acima dos nossos olhos, a imagem de repente, mudava. Dois homenzinhos com roupas e chapéus estranhos, que habitavam na boca do pobre rapaz, com um machado, perfuravam-lhe os dentes. E o miúdo, coitado, gemia. Pudera!
Ora eu, na minha inocência primaveril, abominava que dois terríveis homenzinhos se instalassem nas minhas gengivas, nos meus brancos dentes. Era o pavor. Tudo para que as escovas e as pastas de dentes, passasem a fazer parte do nosso dia-a-dia. Medo, muito medo."

O problema maior deles todos, é que tudo isto- e acreditem- é verdade.

quarta-feira, janeiro 24

Doente

Depois de chegar a casa, a cabeça começou a pesar, os olhos com uma vontade própria enorme de se fecharem, as mãos começam a suar, o frio instala-se no corpo, apesar do cansaço e do monte de roupa que me cobria. Não faltou muito para que o termómetro marcasse os 38ºC. Basicamente, estava em brasa. Dos frios para os calores desmedidos, das temperaturas de forno para uma ida até à arca congeladora. Assim, saltitando entre o calor de África e o gelo da Antártida. De comprimido em comprimido.
Para atingir o estado normal, sem pesar de olhos, sem marteladas na cabeça, sem respiração dificultada, sem temperaturas anormais, só mesmo estando drogada. Quando a efeito passava, lá se ia tudo por água abaixo e voltava ao mesmo.
Três dias sem levantar a cabeça- no belo do ripanço está claro- mas com um mal estar enorme. Além de tudo isso, tive de os passar de pijama, algo que até à altura eu desconhecia, esta minha característica de conseguir ficar mais de 48 horas de pijama. É nestas alturas que, também, percebemos aquilo que somos.
Bom e depois, segue-se a seguinte etapa: a ida ao hospital. Após uma longa espera, ouço o meu nome percorrer o corredor e aí vou eu. O médico parecia que eu estava ali para resolvermos algum negócio muito lucrativo para os dois- e supostamente seria a não ser isto não se tratar de um negócio, e ter sido lucrativo apenas para ele e para o estado, porque a minha mãe deixou para trás uma fortuna, isto, a saúde do nosso país...
O homem que se escondia atrás de uma bata branca falava alegremente sobre as maravilhas da vida, e do mundo sem guerras. Alegramente desabafava pormenores da vida pessoal como se fosse um grande maricas. E é então que lhe salto para o colarinho, dou-lhe uns belos tabefes e puff! estou curada.
Eu bem gostava de dizer que foi assim, mas não.
Vá, mas assim tem muito mais graça, não?

domingo, janeiro 14

Góta, góta... góta, sim

Gosta de:

dormir descalça, porque dá a sensação de liberdade, não sei de quê, mas dá;
óculos de sol, porque dá estilo e estamos sempre a ver novos e diferentes modelos;
relógios, porque me passo com os enormes, redondos e muuuiito lindos;
verniz escuros porque nunca mais acabo de pintar e do cabo da cabeça do meu pai;
música, porque todos gostam, não sou excepção, principalmente se forem daquelas para sonhar;
o 'oía' do Renato, porque ele não consegue dizer os l's e lh's e fica muito fofo;
o gloss, porque está sempre a desaparecer, esta minha boca nunca está quieta;
dormir enroscadinha na mana, porque é quentinho;
a mana a mexer-me no cabelo, porque ém tão bom...;
as amigas freaks, rastas e todas as outras, porque são únicas;
compras, porque são dos momentos altos da Mulher;
iogurte, porque como dizem as crianças "ó-gute";
revistas cor-de-rosa, porque se tem tendência a ficar a olhar com cara de parva para o divórcio dos outros ou a borbulha na cara da outra;
casas, porque são a coisa material mais importante que se pode ter;
as piadas do pai, porque no fundo até têm piada;
chocolate negro, porque simplesmente é delicioso a qualquer altura do dia;
os dias muito frios cheios de sol e um céu limpo, porque dão boa disposição;
as pipocas do cinema, porque são quentes, doces e estaladiças;
desenhar, pintar e tudo o que possa fazer, porque sim;
d'ELE e tudo o que esteja relacionado, porque não sai da cabeça;
os olhos, cabelo, boca e mãos d'ELE, porque eu quero;
roupa nova, porque são sempre o resultado de uma boa acção: o mimo a nós próprios;
as aulas de geometria e as projecções dos sólidos nos planos frontal e horizontal;
as quentes noites de Verão, porque não há complicações, só amizade;
os olhos da Adrin, porque lembram o mar e são invejados por todos;
viajar, porque é bom, é óptimo;
os 5 magnificos, porque não existe ninguém como eles;
a cara do Rui quando não se quer rir, mas naõ se consegue controlar, porque parece um gato;
sapatos de bico e salto, porque são elegantes e adoro;
brilhantes, sem saber porquê a adoração;
Ben Stiller e Owen Wilson, porque todos temos os nossos favoritos;
perfumes para homem, porque sim;
ler à noite, porque já é vicio;
ouvir rádio, porque sim a toda a hora;
passear pela net em chochadas, porque por vezes sou fútil;
anúncio ao Channel nº 5;
gatos persas, porque não, não sou alérgica;
as piadas do Marco, porque as sabe contar;
de mim, porque gosto disto tudo.

quinta-feira, janeiro 4

Acabou-se a papa doce

Já a minha mãe tanta vez diz. E é verdade, sim senhora. O que é bom acaba depressa. Duas semanas não dá mesmo para nada. Todas aquelas coisas que temos para fazer e que deixamos para as férias como arrumar aquela gaveta que é o cúmulo do caus, ou lavar a tal carteira já com algumas demonstrações de sujidade, fazer aqueles trabalhos que em tempos de aulas são postos de parte, ir àquela loja ver se finalmente se encontra o tão esperado dvd ou perfume, pfuuu... Mas na verdade só 50% (no máximo) de todas essas coisas, conseguimos realizar.
E agora mesmo o levantar mais tarde, a falta de horários, as horas passadas a fazer do que se mais gosta, as manhãs passadas de pijama (sim, sim aquele enorme com um gigantesco urso à frente e que tem umas meias a condizer, esse mesmo), o quentinho da cama ou da lareira, todos os miminhos acabaram... Estou destroçada. Tudo isso deu lugar a um acordar às 7 e um quarto sem vontade nenhuma de abandonar esse lugar sagrado chamado cama, a um irregelar dos dedos, nariz, faces, a um frete quando os 'stores' vêm com a 'pica' toda e nós ainda julgamos estar em qualquer lado menos ali, ou acontece perguntarmo-nos "quem é aquele tipo?". A um voltar para casa com a cabeça nos acontecimentos dos intervalos das aulas ou, então, nas quantidade de coisas que temos de fazer. Já não se pode mais deitar a partir da meia-noite, agora às dez e meia já o chefe (o papá) toca a trombeta para ir agarrar nas trouchas e depois de arrumadas temos de 'chichi, cama!'(toda a gente conhece a expressão). Depois de dois dias de tortura já parece que se está há longo tempo em trabalho, não vos acontece?
Pois é, acabou-se a papa doce e como diz a outra: "Why do all good things come to an end?"