quarta-feira, janeiro 24

Doente

Depois de chegar a casa, a cabeça começou a pesar, os olhos com uma vontade própria enorme de se fecharem, as mãos começam a suar, o frio instala-se no corpo, apesar do cansaço e do monte de roupa que me cobria. Não faltou muito para que o termómetro marcasse os 38ºC. Basicamente, estava em brasa. Dos frios para os calores desmedidos, das temperaturas de forno para uma ida até à arca congeladora. Assim, saltitando entre o calor de África e o gelo da Antártida. De comprimido em comprimido.
Para atingir o estado normal, sem pesar de olhos, sem marteladas na cabeça, sem respiração dificultada, sem temperaturas anormais, só mesmo estando drogada. Quando a efeito passava, lá se ia tudo por água abaixo e voltava ao mesmo.
Três dias sem levantar a cabeça- no belo do ripanço está claro- mas com um mal estar enorme. Além de tudo isso, tive de os passar de pijama, algo que até à altura eu desconhecia, esta minha característica de conseguir ficar mais de 48 horas de pijama. É nestas alturas que, também, percebemos aquilo que somos.
Bom e depois, segue-se a seguinte etapa: a ida ao hospital. Após uma longa espera, ouço o meu nome percorrer o corredor e aí vou eu. O médico parecia que eu estava ali para resolvermos algum negócio muito lucrativo para os dois- e supostamente seria a não ser isto não se tratar de um negócio, e ter sido lucrativo apenas para ele e para o estado, porque a minha mãe deixou para trás uma fortuna, isto, a saúde do nosso país...
O homem que se escondia atrás de uma bata branca falava alegremente sobre as maravilhas da vida, e do mundo sem guerras. Alegramente desabafava pormenores da vida pessoal como se fosse um grande maricas. E é então que lhe salto para o colarinho, dou-lhe uns belos tabefes e puff! estou curada.
Eu bem gostava de dizer que foi assim, mas não.
Vá, mas assim tem muito mais graça, não?

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